Pós-parto

Prematuridade é um fator de risco para a depressão pós-parto

Num post passado falei sobre os alarmantes índices de depressão pós-parto e alguns fatores de risco investigados no Brasil.

Em análises internacionais, a incidência da depressão pós-parto varia bastante, mas os fatores de risco são semelhantes. Um trabalho americano recém-publicado no The Journal of Pediatrics aborda a prematuridade do bebê como um fator predisponente para depressão.

Segundo os pesquisadores, até 22% das mães analisadas e cujos recém-nascidos precisaram de internação na UTI neonatal desenvolveram depressão pós-parto. O estudo não analisou mães de bebês que não ficaram internados, mas comparou com índices já conhecidos na mesma população, que giram em torno de 15%. Apesar de o trabalho não ser muito conclusivo, é fácil imaginar que a prematuridade seja realmente um fator de risco para depressão, já que além de todo o processo de parto e puerpério – que pode ser muito doloroso e desgastante, a mãe ainda precisa conviver com o medo, angústia e ansiedade em ver seu filho no hospital.

Já que muitos fatores de risco são conhecidos, será que não seria válido realizar acompanhamento psicológico em recém-mães que tenham esses fatores predisponentes? Acredito que acompanhar essas mães tanto no período de alta da maternidade quanto nos primeiros meses com o bebê em casa pode trazer benefícios não só para a mãe, mas também para o presente e o futuro do seu filho e de toda a família.

Referência do artigo científico para saber mais: Hawes K et al. Social Emotional Factors Increase Risk of Postpartum Depression in Mothers of Preterm Infants. J Pediatr 179:61-67, 2016.